Não te metas com a ex -mulher
Venezuela
Ex-mulher de Chavez diz que vai vencer eleições
Marisabel Rodriguez, a segunda ex-mulher do presidente venezuelano, Hugo Chavez, manifestou-se hoje convicta que irá vencer as próximas eleições municipais e regionais de domingo, nas quais concorre como candidata da oposição
A antiga primeira-dama, que se divorciou de Hugo Chavez em 2003, disse hoje ter «toda a esperança» de que será eleita como próxima presidente do Município de Iribarren, no estado de Lara (Noroeste).
Marisabel Rodriguez concorre às eleições como candidata do partido da oposição «Podemos» (de esquerda), antigo aliado de Chavez que abandonou a ala oficialista após a proposta presidencial de reforma constitucional, que foi derrotada em referendo em Dezembro passado.
A ex-mulher de Chavez e mãe da sua filha, Rosinés, de 11 anos, sublinhou a importância das próximas eleições para «consolidar a democracia», frente a um «presidente que aumenta a cada dia a vontade de concentrar mais poder».
A candidata disse que a sua campanha «correu maravilhosamente bem», apesar das tentativas de silenciar a sua candidatura, por parte de «sectores empresariais» e do próprio governo.
«Tentaram minimizar a nossa candidatura, fazer ver que não existimos (...), porque ao governo não lhe interessa que siga adiante» , mas «as pessoas aceitaram de forma imediata e espontânea a nossa proposta», declarou.
Segundo Rodríguez, «sectores radicais» ligados ao poder tentaram «diabolizá-la» como «traidora», «sem saber que muita gente decepcionada com o chavismo está nas mesmas condições, depois de tantas promessas por cumprir».
No Município de Iribarren serão chamados às urnas 640.000 eleitores, dos cerca de 1,2 milhões de habitantes.
Marisabel Rodriguez, de 42 anos, denunciou há uma semana actos de corrupção e machismo governamental na campanha eleitoral.
A candidata assegurou então que o poder «acossa e persegue politicamente as mulheres aspirantes a cargos públicos» e que o actual presidente do Município de Iribarren e candidato ao governo de Lara, o chavista Henry Falcón, é responsável por «irregularidades» na gestão dos fundos públicos municipais e por «contratações obscuras».
Em Maio passado, denunciou ser vítima de «violência, perseguição e assédio» por parte de Hugo Chavez, que foi seu marido entre 1998 e 2002.
Marisabel denunciou também, repetidamente, que o «espaço político (venezuelano) foi ocupado pelo nepotismo, ineficiência e intolerância».
Marisabel Rodríguez fez parte dos 131 membros da extinta Assambleia Nacional Constituinte que em 1999 redigiu a Constituição Bolivariana vigente, embora nas vesperas do referendo constitucional de Dezembro passado tenha apelado os eleitores a darem «um rotundo não» ao novo projecto.
Três dias depois da sua derrota, Chavez fez alusão à ex-mulher denunciando que esta não lhe permitia visitar a sua filha.
Chavez anunciou que recorreria aos tribunais para reclamar o seu direito de visitar a sua filha, tendo-se retractado depois alegando querer evitar colocar a filha Rosinés no centro de um «show mediático».
Lusa / SOL
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