À MORTE DE LUANA
À MORTE DE LUANA
Só ?
Eu não estou só !
Caminha a Certeza comigo!
O rumo certo conheço-o
A Liberdade sei onde encontrar…
A Paz e o Amor ?
Um dia, numa madrugada quente…
…quando estiver debaixo de uma marmórea laje…
Eu não estou só, meu amor…
O músculo propulsor bate em meu peito,
pulsando ritmadamente…
…e o meu sangue é quente.
A Lua para mim nada é que um planeta rochoso
onde sei que não habita Cupido.
A Tua morte , amor, naquele dia…
De que lado estás quando me deito ?
Que lugar ocupas que não te apalpo?
O teu silêncio:flor, eu não te sinto…!!!
Só?!
Sim eu estou só…
Até à madrugada quente,numa marmórea laje…
E eu sou Livre!
Voo até à Eternidade e regresso…
Que eu não sei se existo,
ou se estou só!
A Eternidade é nada,
tudo,
ou tudo e nada ???
Naquele dia, na tua morte,
eu não chorei,
que tu não morreste…
E eu,
Não estou só ! Sei que
não morremos…
Coimbra,17 de Setembro de 1980
Renato Gomes Pereira