QUO VADIS…
QUO VADIS …TERRAE LXXII
Na Europa os pinheiros choram todas as manhãs,
o orvalho já não existe,tornou-se lágrimas.
Todos os dias nas ruas amontoam-se máquinas
de carne e osso que não querem morrer !
Da Ásia nasce uma melodia fúnebre
Que já não encanta a serpente do ódio,
que todos os dias se enrosca nas gargantas
e aperta, esgana, esmigalha as crianças.
Em África, o litoral traiu o interior…
Trocaram a virgindade da Floresta
pela devassa prostituta da Guerra…
A Liberdade de Mãe África morre ao entardecer !
Na América esquecem a nossa existência
esquecem ter nascido duma revolução
que mostrou ao Mundo o caminho da LIBERDADE…
Esquecem-se e se masturbam com DOLLARS…
E o Mundo vai ardendo lentamente
como Roma incendiada por Nero…
E na Europa os pinheiros choram,
Na Asia toca uma melodia fúnebre,
Em África a Liberdade morre ao entardecer
E na América esquecem a nossa existência…
20 Agosto de 1977
in “poesia incontinente”
Renato Gomes Pereira
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