FP-25 ...Libertar ou Morrer?
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"Carta de leitor
Caro Manuel Castelo-Branco"Excelentes os dois artigos, o de Maria José Oliveira no "Público" e o seu n' O Acidental. Como sabe, acompanhei o caso FP-25 e escrevi dois ou três artigos no "Semanário" da altura, um dos quais V. cita. Permita-me por isso que para além de exprimir-lhe mais uma vez a minha solidariedade lhe envie também o meu testemunho: o que conta sobre o assassinato de há 20 anos está correcto: a memória de seu pai foi alvo de um esquecimento premeditado, que não podia haver reconhecimento e louvor público a uma personalidade que enfrentou os terroristas e a sua máquina de condicionamento da opinião. E neste aspecto penso que fica um pouco aquém da verdade quando fala das pressões de "alguns movimentos cívicos de duvidosa parcialidade mas que obtinham ainda assim algum eco na imprensa". Algum eco? Um barulho ensurdecedor. Era um movimento poderoso no sentido de evitar o julgamento, e, se não fosse possível, evitar a condenação, e, se não fosse possível, evitar o trânsito julgado (com o apoio de um juiz do Tribunal Constitucional, indicado pela direita, que no caso das FP-25 primeiro meteu o processo na gaveta durante três anos e depois votou à esquerda).Não o conseguiram completamente já que um dos processos de organização terrorista com a mesma matéria do de Otelo - o dos chamados operacionais, que decorreu uns meses depois com jurados, numa sala ao lado também em Monsanto, esse processo... transitou em julgado. Os homens do gatilho (os executores que não os dirigentes) foram mesmo condenados em definitivo por crime de organização terrorista. Alguns ainda cumpriam pena quando o PS e o PCP, a solicitação de Mário Soares, votaram a amnistia em 1995. Foram postos na rua pela amnistia. Sendo certo e sabido que depois de o poder político maioritariamente ter "perdoado" aos terroristas não haveria tribunal neste País, como não houve, capaz de os voltar a mandar para a cadeia. Suponho que entre os que cumpriam pena e foram soltos pela amnistia estaria o autor material da morte do seu pai, decidida no EPL (ou em Caxias?) pelos dirigentes das FP-25, pretensos grevistas da fome, como constava aliás na acusação. E alguns deles retomaram a política... activa. Estiveram activíssimos no último Congresso do Bloco de Esquerda. Um deles (a quem foram dados como provados tiroteios sobre civis, crimes de sangue) foi indigitado pelo BE como seu candidato nas autárquicas. E foi eleito. Os 22 assassinatos das FP-25 estão esquecidos, ficaram impunes."José Teles
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